Clara Bow, uma jovem telefonista, foi lançada como “The Hottest Baby of the Jazz Age”. O seu grande sucesso foi alcançado ao representar o papel da vendedora no célebre filme It, de 1927. Ninguém conseguia explicar exatamente o que era esse “it”, mas todos o sentiam quando Clara Bow baixava os olhos ou lançava um dos seus olhares profundos por cima do ombro. Assemelhava-se à valente jovem Gibson da década anterior – só que tinha perdido a sua inocência com o corte de cabelo ruivo, ganhando it, ou seja, sex-appeal. A carreira de Clara Bow durou somente 8 anos, mas neste período participou de 49 filmes.
A romancista e roteirista Elinor Glyn criou o termo it e foi uma das escritoras pioneiras no gênero ficção erótica para mulheres. Seus livros It, Three Weeks e Beyond the Rocks foram considerados picantes demais para a época e Elinor se mudou para Hollywood para trabalhar na indústria do cinema, foi ela quem ajudou Clara Bow a ser conhecida como “The It Girl”.
Elinor Glyn (1864 – 1943) a criadora do termo “It”.
A história de Clara Bow foi marcada pela pobreza, violência e distúrbios psicológicos. A mãe sofria de doença mental e epilepsia (e era ocasionalmente uma prostituta) e o pai não era presente mas quando voltava para casa agredia verbalmente e fisicamente filha e esposa e chegou a estuprar Clara aos 15/16 anos. A própria Clara Bow tinha esquizofrenia e foi internada várias vezes durante a carreira.
Mesmo assim, ruiva e de olhos expressivos ela se tornou a principal atriz dos estúdios Paramount na época e tornou-se uma diva do cinema mudo. Ficou eternamente conhecida como “it girl” por seu poder inexplicável e altamente sedutor. Grande atriz e ícone dos anos 20, a jazz-babe, que vivia tão depressa quanto trabalhava, foi consumida pelo fogo em 1965.
Clara Bow não se adaptou aos filmes sonorizados e seu último filme data de 1933.
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