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quarta-feira, março 23, 2011

A História do Burlesco

O burlesco, para além de um filme recente com a Cher (ohh não, ela não) e a quase irreconhecível Christina Aguilera, é algo bem mais antigo e que sempre me fascinou.
Para quem só tem a noção através do filme pensa que é uma data de pin-ups semi-nuas a dançarem de forma lasciva. De facto, a única vez que vi um espetáculo “burlesco” em Portugal foi uma convenção de tatuagens. Basicamente era uma ex-stripper, feia e má por sinal, a retirar a roupa que parecia do século XV versão made in China, atabalhoadamente (este verbo existe?) enquanto um baterista epiléptico de 50 anos tinha um ataque. Sinceramente, a minha sobrinha que nem dois anos tem, conseguia tocar melhor que ele.
Não vou mentir, o burlesco tem tudo a ver com sexo. O sexo deve ser provavelmente um dos primeiros serviços comercializáveis que existem desde que o homem descobriu que tem uma “piwinha” e a mulher um “pipi” e que um encaixa no outro.
Mas o burlesco é mais que isso. Originário no século XIX em Inglaterra, como forma de satirizar as óperas, as peças de teatro e tudo o que tinha a ver com a alta-sociedade, os espectáculos burlescos continham pouca mensagem, muita comédia e, para manter o público entretido, mulheres semi-nuas. Isto para a época vitoriana, em que uma mulher quase uma burka para ser respeitável, foi um choque: “Uma mulher em trajes menores? Um ultraje!”. Isto revolucionou tremendamente o papel das mulheres no mundo do espetáculo, principalmente nos Estados Unidos onde esta forma de espetáculo teve mais impacto e foi preservada até aos dias de hoje.
Uma das actrizes mais marcantes do século XIX, foi Laura Keene, que, para além de ser uma das melhores actrizes burlescas da época, ficou conhecida por actuar na peça Our American Cousin, na noite em que Abraham Lincoln foi assassinado. Não é das melhores formas de ser imortalizado mas o que é que se pode fazer?
 Outro dos primeiros espectáculos de burlesco conhecidos foi o Ixion em 1868, em que, mulheres voluptuosas actuavam de ligas à mostra, desempenhando papeis masculinos em representações de peças infantis como o Robin Hood (talvez venha daí a história do Robin Hood de collants) e Ben Hur, neste caso Ben Her.
O burlesco como disse era conhecido principalmente pela sua comédia erótica com ”gags” simples mas implícitos, que podiam passar por frases dos “Malucos do Riso”. Só a partir dos anos 40 do século XX, com o aparecimento mais visível do fenómeno Pin-Up e o fim da Segunda Guerra Mundial é que os espetáculos burlescos evoluíram para o strip, sem completa nudez.
Há outra coisa…por favor não confundam vaudeville com burlesco. Os de Burlesco não se importam mas as campas de antigas actrizes de Vaudeville devem dar saltos.  É certo que ambos os espectáculos em alguma altura se tornaram itinerantes mas nunca foram propriamente movimentos do mundo do espetáculo “amiguinhos”. O Vaudeville era muita coisa, incluía música, comédia, circo, animais treinados, acrobatas, filmes, peças, mágicos e freak shows. Foi das formas mais rentáveis de entretenimento nos Estados Unidos e não, não é originário de França. Enquanto que actrizes burlescas também realizavam espectáculos vaudeville, as actrizs e actores de vaudeville não consideravam o burlesco uma forma de arte e só faziam espetáculos de burlesco quando precisavam de sobreviver e sob um pseudónimo. Amor pela Arte vs. Amor pelo Dinheiro.
O burlesco ainda existe, sob uma forma bastante adulterada do original, e está de novo em alta. Para quem quer aprender há sempre alguem que tente ensinar, como escolas de burlesco no Reino Unido onde ensinam a despir, vestir, mexer com penas e pasties (aqueles adesivos para não se ver o mamilo), dançar em cadeiras, e por aí fora. Há sempre quem se auto-apelide como aquela strip rasca que eu vi. E há quem se aproveite e ganhe algum dinheiro desonesto com isso, não fosse isto o mundo do espetáculo, ao ensinar versões youtubianas de actos a jovens que querem aprender.
Para mim, o burlesco é Mae West, aquela actriz dos anos 30 que faz anos no mesmo dia que eu, que era desbocada e descarada nos filmes e espetáculos que fazia mas tudo com uma certa dose de nudismo e sex-appeal (ver primeiro video e segundo video).

 


 



Para outros é a Christina Aguilera a cantar num palco em trajes revivalistas de uma época que já passou (ver o terceiro video).




  
 

 


E haverá sempre o burlesco/strip decente de performers como Millie Dollar (ver quarto video).






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