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segunda-feira, março 21, 2011

O primeiro vibrador elétrico do mundo

Sexo e orgasmo nem sempre foram vistos como ingredientes de uma mesma receita, especialmente tratando-se do orgasmo feminino.  Parece um conceito bizarro nos tempos atuais, quando temos aulas de sexualidade na escola e nunca se falou tanto do assunto. O maior símbolo desta estranha desconexão foi a invenção de um artigo que hoje faz parte do imaginário sexual geral: o vibrador elétrico.
A satisfação sexual e o orgasmo feminino foram, desde a antiguidade, caso de médico. Se receitavam diversas práticas para curar a histeria (do grego hystera, que significa útero), distúrbio neurótico que entrou na moda no final do século 19. Dentre estas práticas estavam cavalgar, balanços, massagens locais ou simplesmente casar-se, refletindo uma realidade óbvia: seja pelo coito ou pela masturbação, acreditava-se que para se curar a mulher deveria obter uma série de contrações e expulsão de líquidos. Um orgasmo, verdade seja dita.

A mais eficiente das técnicas utilizadas pelos médicos era a massagem acompanhada por azeites e óleos, que ainda assim levava cerca de uma hora para obter-se o efeito desejado. Foi quando, em 1880 surge algo que revoluciona este cenário e possibilitava diminuir o tempo do “tratamento” para 5 minutos. Um trambolho para nossos micro parâmetros atuais, o aparelho elétrico batizado de Weiss foi criado por Joseph Mortimer Granville, um médico britânico interessado no tratamento da insanidade. Logicamente este primeiro vibrador elétrico foi antecedido por uma série de inventos exuberantes movidos normalmente a vapor.
Weiss, o primeiro vibrador elétrico do mundo.
Ai vieram mais revoluções tecnologias adaptadas pela genial criatividade humana para um mercado crescente e lucrativo. Com a corrente alternada foi possível desenvolver modelos portáteis que eram vendidos através de discretos anúncios em revistas femininas que juravam que o uso destes aparelhos era capaz de devolver o brilho no olhar e a tonalidade rosada nas bochechas de qualquer mulher (mas ainda assim usando-se um tom médico, nunca sexual).
O modelo portátil permitiu que a presença do massageador elétrico se fizesse mais constante nos lares e, com isso, o número de médicos que prestavam este serviço foi gradativamente diminuindo já que esta prática também não era vista com bons olhos pela comunidade cientifica. A gota d’água que propiciou a passagem o vibrador para o submundo obscuro do sexo deu-se por volta da década de 20 do século XX, quando ele finalmente apareceu em filmes pornográficos, escancarando a todos um fato contido durante anos.
O desenvolvimento da tecnologia (e do design!) estão atrelados à satisfação das necessidades humanas, isso é um ponto mais que comum. Hoje as plantações são tão automatizadas quanto qualquer montadora de veículos. O sexo não fica para trás e assimila tecnologias que não foram desenvolvidas com este propósito, como por exemplo, o fabuloso massageador da Phillips, o Warm, que é recarregável através de um sistema de indução, sem plugs, somente através do contato do aparelho com a base recarrgadora, tecnologia esta desenvolvida para aparelhos celulares.
Alta tecnologia no primeiro massageador íntimo na Philips, o Warm.
Por fim, da minha modesta (ainda!) biblioteca sobre sexualidade, há dois livros que gostaria muito de recomendar. O primeiro, infelizmente disponível somente em inglês, chama-se The Technology of Orgasm e foi escrito pela doutora Rachel P. Maines que realizou um profundo estudo sobre o desenvolvimento da tecnologia do prazer. O outro, já em português, chama-se “A Hisória do Orgasmo”, escrito pelo jornalista Jonathan Margolis e que, apesar do tom de curiosidade beirando a auto-ajuda, é muito bom para quem está pesquisando sobre o assunto.

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